domingo, 6 de janeiro de 2013


--... um dia pensei: eu podia sentar-me numa cadeira, em frente a um computador, com uma página em branco aberta para tentar, pelo menos tentar, depositar em palavras e linhas tudo o que o meu pensamento tenta transmitir a vocês, mundo. mas no fundo, eu não consigo fazer isso... e sinto-me um total fracasso. porque eu desisti de mim e deixei os meus sentimentos num canto esquecido por todos, para ficar de fora e ver os outros a serem felizes pelo meu lugar. e eu? eu estive durante muito tempo num sítio em que ninguém me visse... porque eu metia o bem estar dos outros à frente dos meus objectivos... o sorriso dos que eu mais gostava confortava-me de uma certa maneira, mesmo que por dentro eu me estivesse desmoronando.
até que um dia, eu própria fartei-me de ser deixada para trás e posta num ''saco de lixo'' e quis atingir mais do que aquilo. pois eu sabia que até era capaz de me fazer ver no meio de tanta gente se eu realmente quisesse. e comecei por mudar a minha atitude e não deixei mais que passassem por cima de mim. mostrei como eu era, já sorria para o mundo e os resultados foram aparecendo. eu estava livre daquele antigo desgosto e já nada me conseguia apagar a alegria da minha mudança, pensava eu. mas depois? acordei. e apercebi-me que tudo o que eu pensei ter mudado afinal não tinha. eu não tinha mudado nem tinha começado a sorrir para o mundo, portanto continuava no canto e nada tinha passado de uma ilusão. continuava com a esperanças das coisas mudarem... ao menos a esperança. carolina lima

quinta-feira, 5 de abril de 2012


eu sempre fui forte o suficiente para meter todo o meu orgulho para trás, e deixar com que tu voltasses. tu voltaste, fizeste juras, prometeste-me mil aventuras. e agora onde estás? não foram uma, nem duas. foram tantas as vezes que recuámos e tentámos fazer com que valesse a pena. dizias sempre '' tudo vale, quando a alma não é pequena'', e agora? partiste e eu estou aqui, estranhando a demora.. eu roubava a lua para ti se fosse preciso, eu pintava o mundo de outra cor só para ver esse sorriso. sabes quantas vezes tive de levantar-me, limpar as lágrimas e fingir que estava bem? não, não sabes. mas digo-te! eu fui forte.. acumulei e criei uma barragem contra tudo. posso não ter tido essa tua sorte.. de sentir num dia, e no outro acordar e decidir ''ah, hoje eu mudo''. mas eu fiquei fiél a mim mesma. resguardei-te do mundo cruel, e folhas.. gastei-te eu uma resma. linhas e linhas escritas, sentimentos depositados nelas. para quê? para depois vires com frases contraditas. onde nada faz sentido, só essas tuas conversas paralelas. só quero ir em frente e trocar esta minha vida, com algo que eu nunca tive. porque desde que decidiste ser o cumulo no mundo e declarar a tua ida, só consigo ver esta paisagem em ponto de declive. sei bem o que é essa sensação de mentira. essa sensação de que por dentro tudo se está destruindo.. sabes? já nada vindo de ti me admira. quiseste ser o dono da razão, e agora eu que me vá reconstituindo. mataste-me por dentro, sabes que sim. ninguém além de ti me rasurou e teve o mesmo efeito que tiveste em mim. perdi? perdemos? o tempo abriu-nos essa hipótese e nós lá cabemos.. os defeitos não falaram mais alto, essa parte não teve voto na matéria. talvez o facto de termos caído em pleno asfalto tenha levado o nosso sentimento à total miséria. eu errei ao confiar demasiado, confesso e admito a falha. mas também nunca fomos um só no momento apropriado, e agora precisas de mim apenas quando bem te calha. não sou boneco nenhum, não ando à tua disposição.. eu expludo, eu grito.. eu faço trinta por uma linha e mesmo assim ainda me iludo. prometeste-me o infinito, e nem à lua me levaste. simplesmente desligaste. interessante é que ainda estou cá, e ainda me importo. importo-me com o que já não há, aquilo que há muito já andava morto... C.L.

quarta-feira, 4 de abril de 2012


- amor?
vamos para longe, e eu levo-te no meu universo particular. onde ninguém ultrapasse o horizonte, nem me faça te abandonar. onde esse teu olhar me faça apaixonar por ti todos os dias ao acordar. onde pegarei no nosso maior sonho, e guardarei para que a vida nos traga um futuro risonho. conquistarei teu coração, alcançarei esse teu sorriso. onde eu e tu sejamos uma só razão e cheguemos ao paraíso. não te largo, nem por nada deste mundo! aconteça o que acontecer, eu vou contigo. nem que seja até ao fundo! dás-me a mão, e eu nela prometo que segurarei. partiremos por aí em vão, para sempre para ti lá estarei. serás a minha estrela a brilhar, farei com que nunca te apagues. mas estrela, se eu falhar, e se a tua luz se apagar, peço-te que continues. tens esse teu brilho natural, que conquista qualquer olhar. que consegue ser mortal, e enfeitiçar. onde por inúmeras vezes já me perdi, mas voltei a reencontrar-me. onde eu te vi e decidi entregar-me. prometes que será eterno? não quero cair. eu não quer voltar ao inferno e ter que desistir. prefiro perder-me nos pensamentos e colar-me aos teus lábios. onde não existem tormentos, nem sentimentos contrários. faz-me sentir, e eu faço-te acreditar. amo-te!


- meu demónio de asas brancas..
sabes que foram noites perdidas, curvas escondidas, dias que nem cheguei a ver..  tu acorrentaste-me, levaste-me ao céu e conseguiste me ter. contigo fui a mil terras e mundos. tanto vimos topos de tudo, como fomos um nada nos fundos. conquistámos universos, vivemos nas estrelas. fomos a lugares daqui dispersos, lutámos por tê-las. tanto alcançávamos o eterno e iamos até ao infinito, como aparecíamos no inferno e restava-nos apenas o mito. ficava contigo para sempre, seriamos imortais. mas tudo fluiu-se da mente, e nunca voltámos a ser iguais. foste o meu anjo negro, o meu templo. caímos no integro, perde-mo-nos no tempo. voltei ao ponto de partida, voltei ao chão. deixaste-me por aí perdida, e levas-te o meu coração. agora voltas e vens pedir o perdão e a minha compreensão. digo-te um não, e tu entras em fase de negação. depois de tudo o que de mim levaste, depois de tudo o que provocaste.. que querias? não vou voltar.. um dia, não são dias. posso ter saudades, posso procurar por ti por todas as cidades, mas apenas para ver um sorriso, para deixar um aviso. da próxima vez que decidires ser um anjo disfarçado de demónio, escreve antes um bilhete em anónimo.
(CAROLINA LIMA)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

um sinal.. esse teu lado enganoso, que me levou a voar, e depois deixou cair. saí de ti, fechei a porta, encurralei a fechadura, e jurei a mim mesma que a chave nunca mais voltaria! mas sabes? quero mais. só esse teu sorriso que corre leve, que sobrevoa profundo.. corta-me a respiração. eu não quero cair, não me posso entregar.. mas olha para mim, faz-me existir. uma vez mais, sem saber o que dizer, eu desisti. voltei ao ponto de partida, do zero comecei, agora faz-me sentir. não há nada a fazer, és tentação. deixa.. vai ser o que o tempo entender e decidir. sente comigo, e seremos nós. eu e tu. C.L

sábado, 31 de março de 2012

-- deseencontros. pontos mortos marcados num acaso. aperfeiçoamentos rascos, sentimentos rasurados. páginas escritas e deixadas num canto, músicas passadas, risos desperdiçados depois do auge. topo do mundo alcançado, fundo do tudo garantido. um ninguém sendo abandonado, um amor quase que sonhado. correntes arrancadas, e um mar sem marés. partidas sem início, e um chão sem base. metas não atingidas, outras ultrapassadas. movimentos que nem lua nem sol conseguem decidir, mas que conseguem condicionar. num presente sem passado, de um futuro sem desespero. no limite de esperança, no cúmulo de desilusão.
ficas-te, mas foste embora. volta, mas continua ficando.. como no fundo, sempre resolveste ir ficando.. c.l

quinta-feira, 29 de março de 2012


- sou um barco navegado à deriva, sou lua sem noite. sou estrela sem brilho e sol sem dia. sou eu. eu sem um sorriso teu. sorriso que complete e evacue tudo o resto. fica.. mas fica onde eu não te veja. onde meu coração não te sinta, onde meu olhar não te procure. onde meu pensamento não te abrace e re-abrace. onde não ouça teu sentimento gritando por mim, onde tudo aquilo que construimos não fale mais alto.
não vou voltar, vou permanecer no ponto de repouso onde estou. felicidade? só te peço para que voltes e leves tudo o que eu não preciso comigo.
C.L